A Madonna do Magnificat de Botticelli é uma verdadeira obra-prima. O obra é datada do ano de 1483 (cerca) e faz parte do acervo da Galleria degli Uffizi em Florença. Provavelmente foi realizada no retorno de Sandro Botticelli de Roma, onde ele esteve envolvido na execução de alguns afrescos na Capela Sistina.
Entre os vários protagonistas da obra se destaca a figura de Maria com o Menino Jesus sentado sobre os seus joelhos, enquanto dois anjos coroam a Virgem. Maria escreve em um livro a frase “Magnificat anima mea Dominum“, (do qual deriva o nome da obra: Madonna do Magniticat) – que traduzida para o português significa “Minha alma engrandece ao Senhor”, tirada do Evangelho de Lucas. Maria pronunciou essa frase durante a visita a Santa Isabel, para agradecer a Deus por tê-la escolhido para ser a mãe de Jesus.
O Menino Jesus acompanha o braço de Maria como se Ele estivesse guiando as mãos de sua Mãe no ato de escrever. Este gesto simboliza a perfeição do pacto feito entre Maria e Deus.
Ao olhar o livro em que a Virgem está escrevendo, você poderá notar algumas palavras do Cântico Benedictus de Zacarias, marido de Isabel; este cântico dizia respeito ao nascimento de Giovanni Battista, seu filho.
Ao mover os olhos em Jesus, você poderá perceber que a mão que está longe do livro, está segurando uma romã: Tradicionalmente este fruto alude à realeza uma vez que é uma fruta com uma coroa, e, ainda, os numerosos grãos vermelhos presentes no interior da fruta alude à paixão, ou seja, o sangue derramado por Jesus para a nossa salvação. Além disso, os grãos da romã, todos juntos sob a casca, lembram a força e a unidade da Igreja.
A cena acontece em frente a uma janela que se abre para uma paisagem campestre clara e serena; no topo, a cornija de pedra serena, típica do Renascimento florentino, cria um diafragma divisório entre o reino celestial e o mundo terreno. O tema sagrado, no entanto, assume conotações quase mundana na elegância do penteado de Maria e dos anjos sem asas, como em várias outras pinturas de Botticelli.
A coroa que os anjos sustentam acima da cabeça da Virgem brilha como se fosse realmente atingida por um raio de sol. Nos seus cabelos loiros iluminados pelo acabamento dourado, a Virgem usa véus transparentes sob o manto ricamente ornamentado. Os cabelos e as roupas dos anjos são inspirados na moda seguida pelos jovens filhos das famosas famílias florentinas do final do século XV.
A originalidade da invenção, a elegância sofisticada das roupas e penteados, a graça do rosto absorvido de Maria, tornaram a obra de Botticelli famosa ao longo dos séculos, cujas figuras incorporam um ideal de beleza muito apreciado no século XX.
Não sabemos qual era o destino original da obra, comprada em 1784 de uma coleção particular. A forma da obra, redonda chamado de “tondo” era reservada na Renascença para o mundo laico, especialmente as residências dos nobres, e eram frequentemente encomendadas em ocasião de casamentos e nascimentos. Outra hipótese considerado o tamanho considerável da obra, a encomenda seria para a sede de uma magistratura da República Florentina.
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1 comentário
A Virgem de Magnificat, reprodução em aquarela de detalhe da obra de Botticelli – Jean Errado · setembro 26, 2020 às 4:59 pm
[…] A Madonna do Magnificat de Botticelli é uma verdadeira obra-prima. O obra é datada do ano de 1483 (cerca) e faz parte do acervo da Galleria degli Uffizi em Florença. Provavelmente foi realizada no retorno de Sandro Botticelli de Roma, onde ele esteve envolvido na execução de alguns afrescos na Capela Sistina.Entre os vários protagonistas da obra se destaca a figura de Maria com o Menino Jesus sentado sobre os seus joelhos, enquanto dois anjos coroam a Virgem. Maria escreve em um livro a frase “Magnificat anima mea Dominum“, (do qual deriva o nome da obra: Madonna do Magniticat) – que traduzida para o português significa “Minha alma engrandece ao Senhor”, tirada do Evangelho de Lucas. Maria pronunciou essa frase durante a visita a Santa Isabel, para agradecer a Deus por tê-la escolhido para ser a mãe de Jesus.Fonte: Guia Florença […]