Quinto episódio da série A Semana Santa na Arte. Na Quinta-Feira Santa, não podemos deixar de falar nos cenáculos, típica representação na arte florentina. O cenáculo escolhido foi a Última Ceia de Andrea del Castagno.
Um dos tesouros de Florença está localizado a poucos passos da Piazza San Marco e da movimentada Galleria dell’Accademia: a Última Ceia de Andrea del Castagno realizada no Convento de Sant’ Apollonia.
Se você deseja conhecer está obra e outros cenáculos florentinos, com uma visita privativa em língua portuguesa, fale com a gente!
A representação da Última Ceia, chamada também de cenáculo, tornou-se muito comum na maior parte dos refeitórios dos conventos florentinos. O termo “cenáculo” é usado para indicar as pinturas que representam a Santa Ceia feita por Jesus com os apóstolos, durante o qual foi instituíto o sacramento da Eucaristia e anunciada a iminente traição de Judas.
Durante séculos, a Última Ceia de Andreal del Castagno foi guardada com zelo pelas religiosas de beneditinas, até que, no século XIX, após as supressões conventuais, quando a propriedade do convento foi passada para o Estado Italliano, os esplêndidos afrescos do refeitório foram revelados ao público.
Este é o primeiro cenáculo renascentista realizado em Florença, pintado dentro do convento de Sant’Apollonia, habitado por freiras beneditinas de clausura desde 1339. A estrutura tornou-se uma das maiores da cidade, graças às expansões de 1440 com a adição de um claustro e do refeitório.
Andrea de Castagno foi chamado para afrescar a Santa Ceia em 1447, no refeitório do convento, uma sala retangular com um teto decorado com caixotão, iluminada por janelas na parede direita.
A Santa Ceia foi pintada como se tivesse sido realizada em um pequeno edifício. A ausência da parede frontal, uma verdadeira ilusão de perspectiva, que foi detalhadamente estudada, permite que o espectador participe da cena de forma mais real.
Os detalhes são tratados com muita atenção: as telhas do telhado vistas de frente, os caixotões do teto alternados em preto e branco, a elegante toalha branca que desce da mesa. Tudo é estruturado através de uma cuidadosa perspectiva.
Os discípulos estão sentados ao redor de uma mesa elegante, que marca a cena horizontalmente com sua brancura. Apenas um apóstolo, identificado como Judas, está sentado em um banco além da mesa, mais perto do espectador.
Enquanto os tecidos das roupas dos apóstolos são macios e com dobras estudadas nos mínimos detalhes, as fisionomias retratadas por Andrea del Castagno são fortes, às vezes até duras, como por exemplo, a de Judas. A figura barbuda e de perfil de Judas se assemelha ao de um sátiro da mitologia romana, o qual os cristãos haviam emprestado muitas das características físicas do diabo.
Ao lado de Cristo, encontramos o apóstolo mais jovem, João, curvado sobre a mesa e com os olhos fechados. Pedro, por outro lado, está do lado direito de Jesus, sublinhando o vínculo com a futura comunidade cristã. Os nomes dos apóstolos estão escritos no degrau, logo abaixo.
Os bancos onde estão sentados os apóstolos são decorados com esfinges e ânforas esculpidas nas extremidades, uma referência evidente ao gosto antigo. Atrás dos apóstolos, destacam-se uma série de quadrados que imitam mármores preciosos, aumentando assim o rigor geométrico, o colorido e a solenidade da cena.
No Museu do Cenáculo de Sant’ Apollonia, são expostas também outras obras do século XV que pertenciam ao antigo convento e ao hospital de Santa Maria Nuova.
Informações úteis:
- Endereço: Via XXVII de Aprile, 1 – Florença;
- Dia e horáro de abertura: de Segunda à domingo das 08h15 às 13h50;
- Fechado no 1o., 3o e 5o. Sábado e domingo do mês, 01/01 e 25/12;
- Entrada livre.
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