Em 1494, Carlos VIII, rei da França invadiu a península italiana com um potente exército com a intenção de apropriar-se do reino de Nápoles. Carlos VIII se vangloriava dos direitos ligados a sua avó parterna Maria d’Angió. A invasão francesa foi triunfal e ao chegar a Nápoles, o seu exército iniciou a difundir uma misteriosa doença, que segundo a história da medicina, representou a primeira epidemia de sífilis.
Ao retornar a França, a tropa de Carlos VIII propagou a doença no território francês. Assim, tendo em vista a origem da doença, todos a chamaram de “mal franzese”, com exceção dos franceses, que a chamaram de “la vèrole de Naples”.
No início do Século XVI, a doença causou milhões de mortos. Os remédios não eram conhecidos e o curso lento, mas inexorável da doença, levou a definir os doentes como incuráveis. Os doentes, que além de cheirarem mal, eram considerados contagiosos. Por esse motivo, não eram aceitos nos hospitais. Assim, para dar uma resposta ao estado de emergência da cidade, os religiosos florentinos da Confraternitá della S.S. Trinitá decidiram fornecer-lhes uma hospitalização separada.
A partir de 24 de março de 1520, os pacientes foram alojados nos hospitais de Santa Catarina (para os homens) e no de San Rocco (para as mulheres). Mais tarde, os pacientes foram transferidos definitivamente para o hospital que surgira na via San Gallo, em frente a igreja de San Giovannino dei Cavalieri di Santa Maria della Neve, sede da confraria. Com a aquisição de outros edifícios que foram dedicados aos incuráveis, a estrutura da via San Gallo ganhou o título de Arcispedale (Hospital Maior).
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