Filippo, filho de Tommaso di Lippo e de Antonia di ser Bindo Sernigi, nasceu em Florença, num bairro chamado de Ardiglione, localizado atrás do convento dos frades carmelitas. Com a morte do pai, Filippo ficou órfão aos dois anos de idade, visto que sua mãe falecera não muito tempo depois do parto. Assim sendo, ficou sob os cuidados da tia paterna chamada Lapaccia, que o educou cercado de cuidados.
Quando Filippo completa oitos anos de idade, sua tia não tinha mais condições financeiras de educá-lo. Desta forma, Fillipo foi enviado ao convento do Carmine e em 1421, ele fez os votos e mantém o nome de batismo. No convento, Filippo não era muito atento aos seus estudos de erudição literária, mas como noviço, se deleitava todos os dias a rabiscar as páginas dos livros dos frades. Assim o Prior lhe deu meios para se dedicar a pintura.
Na igreja do Carmine em Florença, havia uma capela recém pintada por Masaccio (Capela Brancacci), a qual Filippo frequentava e aproveitava para exercitar-se. Filippo foi muito influenciado pelo estilo de Masaccio e de outros artistas da época, entre eles Donatello. Com o passar do tempo, Fillipo conseguiu imitar Masaccio com perfeição, e segundo muitas pessoas, o espírito de Masaccio entrara no corpo do frei Filippo. Massacio morreu em 1428.
É evidente o interesse do frei Filippo Lippi pelo “stiacciato donateliano e nas pinturas subsequentes mostra-se sobretudo sensivel aos baixos-relevos como a Entrega das Chaves – Cristo consegna le chiavi a san Pietro hoje no Victoria and Albert Museum de Londres. Em alguns casos, frei Filippo Lippi se aproximará da luminosidade de Domenico Veneziano. Em obras tardias, Filippo ficará a um passo das elaborações de Botticelli.
Em 1432, Filippo Lippi deixou o convento do Carmine para ir a Pádua. Retornou a Florença em 1437, onde abriu uma bottega (oficina). Também trabalhou em Prato e Spoleto. Filippo é mencionado nos documentos do convento entre 1421 e 1432. Depois desse período não há mais menção da sua presença no convento, mas Filippo conserva o hábito religioso.
Cosimo Il Vecchio e o seu neto Lorenzo o Magnifico foram grandes mecenas de Filippo que realizou diversos afrescos e retábulos em Florença. Ele era muito conhecido pelas representações de Madonne (Virgem Maria), muitas das quais atualmente estão nos Uffizi, como a Madonna col Bambino e due angeli, a Coroação da Virgem (Incoronazione Maringhi) e a Madonna col Bambino e Santi (Retábulo do Noviciado).
Outras obras que retratam a Madonna podem ser encontradas em vários museus europeus, como a Madonna col Bambino in trono e due angeli, a Madonna del Ceppo, a Madonna nella Foresta e outras obras intituladas Madonna col Bambino.
Em Prato, afrescou a Grande Capela de Santo Stefano (1452-65) e, no final da obra, foi nomeado capelão do convento local de Santa Margherita: alí se apaixonou por Lucrezia Buti, uma jovem freira que fugiu com ele. Somente em 1461 o papa liberou pessoalmente os votos dos amantes que, entretanto, haviam concebido dois filhos: Alessandra e o futuro pintor Filippino Lippi.
O último trabalho do artista são os afrescos com as Histórias da Virgem na abside da Catedral de Spoleto, finalizadas pelos seus assistentes após a morte súbita do mestre em 09 de outubro de 1469. Segundo Giorgio Vasari, Filippo que era muito inclinado aos prazeres do amor, foi envenado por alguns parentes da mulher que ele cortejava em Spoleto. Provavelmente o envenenamento trata-se de uma das muitas lendas contadas por Vasari, pois nada sabemos da morte de Filippo.
Filippo deixou o filho Filippino com apenas 10 anos de idade que passou a ser discipulo de Sandro Botticelli.
Lippi foi enterrado na catedral de Spoleto, encomendada por Lorenzo de ‘Medici. O filho Filippino, também pintor, desenhou o monumento funebre. o epitáfio foi escrito por Poliziano e diz o seguinte:
“Conditus hic ego sum picturae fama Philippus,Nulli ignota meae est gratia mira manus.Artifices potui digilis animare colores,Sperataque animos fallere voce diu.Ipsa meis stupuit natura expressa figuris,Meque suis fassa est artibus esse parem.Marmoreo tumulo Medices Laurentius hic meCondidit, ante humili pulvere tectus eram.“
“Eu Filippo, glória da pintura, estou aqui enterrado; Ninguém desconhece a admirável graça de minhas mãos; Com meus dedos consegui dar alma cheia de arte às cores. Frustei os que esperavam voz nas minhas figuras. E a própria natureza, que imitei, ficou atônita; Confessou que eu igualavaa sua arte. Lorenzo de’Medici sepultou-me aqui num túmulo de mármore; Antes, era eu acolhido pelo povo humilde.”
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Obras de Filippo Lippi na Itália:
- Duomo di Prato
- Duomo di Spoleto
- Fondazione Magnani-Rocca
- Galleria Palatina
- Galleria d’Arte Antica di Palazzo Corsini
- Galleria degli Alberti
- Galleria degli Uffizi
- Gallerie della Fondazione Cini
- Museo Civico di Prato
- Museo Horne
- Museo Poldi Pezzoli
- Museo dell’Opera del Duomo di Prato
- Museo della Collegiata di Sant’Andrea
- Museo di Castelvecchio
- Museo d’Arte Sacra di Montespertoli
- Palazzo Medici Riccardi
- Pinacoteca Vaticana
- Pinacoteca del Castello Sforzesco
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