O ‘comesso fiorentino‘, também conhecido como ‘mosaico fiorentino‘, é uma técnica decorativa que incorpora a arte antiga da opus sectile. Usada pelos antigos romanos, o opus sectile consistia em compor desenhos e decorações para paredes e pisos através de encaixe de mármores esculpidos e combinados. Também no commesso fiorentino, as pedras preciosas e semipreciosas são cortadas e encaixadas para formar desenhos tão minuciosamente detalhados que parecem pinturas. Uma verdadeira obra de arte!

comesso fiorentino, obra de Mario Bini

comesso fiorentino, obra de Mario Bini

A técnica é, portanto, antiga, mas foi no final de 1500, no período Mediceo, que o mosaico de pedras semipreciosas se tornou um motivo decorativo apreciado. Foi graças ao apoio dos Medici que a técnica foi aperfeiçoada, a ponto de fundar o Opificio delle Pietre Dure, existente ainda hoje. 

Museu do Opificio delle Pietre Dure – Florença

De Florença, a técnica se espalhou pela Europa e, por causa do seu valor, infectou as mais importantes fábricas de Praga e Gobelins, manufatura histórica francesa, a mando de seus soberanos. Mais tarde, no século XVII, a arte do commesso fiorentino espalhou-se por toda a Itália, em particular em Brescia, Pádua, Modena, Mântua, onde a técnica de incrustação das pedras adquiriu ao longo do tempo cada vez mais prestígio. 

Mas na prática, o que é o commesso fiorentino?

Para criar uma decoração feita com o commesso fiorentino as peças não devem ser cortadas de forma regulares como no mosaico normal. O commesso fiorentino requer primeiro um desenho, ou melhor, um esboço do trabalho a ser realizado, geralmente com motivos florais, de animais ou paisagens. O desenho deve ser feito em escala 1: 1, marcando cuidadosamente os contornos das várias figuras. Nesta base, as formas de pedra que comporão a tarsia final serão cortadas, sendo, portanto, essencial que o desenho preparatório seja muito preciso.

Tavole delle Muse- Galleria Palatina – Florença

Com base no desenho, as peças são cortadas com um arco feito de madeira e com fio de metal, de modo que elas se encaixam como um quebra-cabeça. Claro que é necessário ter em conta a tonalidade da pedra, pois se usa uma gama muito ampla de pedras, não só local, mas também pedras duras e pedras preciosas, o que aumenta o valor da obra. Em seguida, as peças são encaixadas uma ao lado da outra, colando-as no suporte, geralmente usando pinças para colocar os fragmentos menores.

comesso fiorentino, obra de Mario Bini

comesso fiorentino, obra de Mario Bini

Finalmente, a obra é nivelada e polida. Este processo requer cuidado e experiência e, de fato, não há muitos artesãos que o façam. Mas o efeito final é uma verdadeira obra de arte, que faz de qualquer casa uma verdadeira casa senhorial. Pode ser aplicado em paredes, pisos, mas também móveis como mesas e armários.

comesso fiorentino, obra de Mario Bini

comesso fiorentino, obra de Mario Bini

Onde encontrar o commesso fiorentino em Florença?

Em Florença existem diversos laboratórios onde é possível assistir uma demostração do commesso fiorentino. Existem também, expalhadas pelas ruas da cidade, diversas lojas que vendem objetos, quadros, porta-jóias feitos com a técnica do commesso fiorentino. Preparem o bolso, porque não é muito barato, principalmente porque se trata de um trabalho manual e feito com pedras semipreciosas.

Existe também em Florença, um museu dedicado a essa arte, é o Opificio delle Pietre Dure que merece uma visita. No museu você encontrará diversos objetos que pertenceram a família Medici.

Para finalizar, a Capela dos Principes, mausoléu dos Mecidi, foi toda decorada por vontade de Ferdinando I dos Medici, com a técnica do commesso fiorentino. Era uma forma de comparar a vida e a fama dos Medici com a pedra: incorruptivel, eterno como as pedras duras.

Se alguém se interessar pelas obras do artista fiorentino Mauro Bini, fale conosco que lhe daremos o contato do artista.

comesso fiorentino, obra de Mario Bini

Se desejas conhecer um laboratório de commesso fiorentino, fale conosco! Podemos montar um tour personalizado para você sobre os artesões fiorentinos.


Cristiane de Oliveira

Brasileira do Rio de Janeiro, vive em Florença ha 17 anos. Apaixonada por arte, historia e bons vinhos. Guia de turismo e sommelier na Toscana.

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