Novidades nas Gallerias dos Uffizi: Após 20 anos, foi reaberto o Terrazzo delle Carte Geografiche (Sala dos mapas geográficos).

Sala dos Mapas Geográficos – Galleria degli Uffizi – Florença

Trata-se de uma grande sala realizada como uma lógia aberta pelo arquiteto Giorgio Vasari. Por volta do ano de 1590, o local foi transformado em um espaço fechado quando Ferdinando de’Medici retornou de Roma, onde era cardeal, para se tornar, com o nome de Ferdinando I, Grão-Duque da Toscana recém-unificada após a vitória de Florença contra Siena.

O Cardeal Ferdinando de’Medici, futuro Ferdinando I, Grão-Duque da Toscana

Para celebrar esta conquista e a grandeza da dinastia, Ferdinando mandou o cartógrafo Stefano Bonsignori elaborar mapas dos territórios do Grão-Ducado, então pintados pelo pintor Ludovico Buti: dois grandes mapas geográficos, cada um ocupando uma parede inteira, representam em detalhe os territórios dominados pelos Médici.

Na parede esquerda da porta de ingresso podemos admirar o território florentino, e na direita, Siena. As pinturas criam um efeito ilusinistico: os mapas parecem tapetes que decoram as paredes.

Era um lugar especial, pois Ferdinando costumava trazer seus convidados mais ilustres para surpreendê-los com a representação da beleza e da vastidão de seus domínios. Não só isso: as pinturas do teto realizadas por Jacopo Zucchi foram trazidas de um salão do Palazzo Firenze, em Roma (propriedade dos Medici), por ordem de Ferdinando.

Detalhe das pinturas do teto realizadas por Jacopo Zucchi

A sala também está equipada com dez lugares para que o visitante possa apreciar os detalhes dos mapas e do teto. Um sistema especial de refrigeração, garantirá um ar condicionado constante.

Última novidade: para evitar aglomerações e garantir uma visita segura e agradável, o espaço foi equipado com um sistema informatizado que regula automaticamente o acesso até um máximo de vinte pessoas.

No centro a representação da Ilha de Elba, a esquerda, o plano em commesso fiorentino com a representação do Porto de Livorno.

A representação da Ilha de Elba numa das três paredes, embora reproduzindo fielmente a versão quinhentista, remonta, no entanto, a meados do século XIX, época a qual a parede original foi desmantelada.

Detalhe do Porto de Livorno – Foto: Gallerie degli Uffizi

Ao lado da representação da Ilha de Elba podemos admirar um obra realizada com a técnica do commesso fiorentino: um plano de pedras preciosas semipreciosas representando o porto de Livorno, uma obra do século XVI de Cristofano Gaffurri com base no desenho de Jacopo Ligozzi.

A pintura com a representação do território de Siena foi reliazada pelo pintor Buti de acordo com os desenhos de Stefano Bonsignori. A representação detalhada do território é resultado de levantamentos topográficos precisos, com medições em terra e no mar.

Detalhe do Mar Mediterranêo

O mar da Toscana aparece vazio e agitado ao sul, enquanto as embarcações ao norte remetem à centralidade do domínio de Florença. Como na parede norte, domínio Fiorentino, encontramos diversos barcos de uso mercante ou, no caso da embarcação que navega mais ao sul, para defesa de piratas. Assim como as embarcações, as criaturas marinhas são representadas fora de proporção.

Quer visitar a Galleria degli Uffizi com um guia credenciado em língua portuguesa? Fale conosco!


Cristiane de Oliveira

Brasileira do Rio de Janeiro, vive em Florença ha 17 anos. Apaixonada por arte, historia e bons vinhos. Guia de turismo e sommelier na Toscana.

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