No artigo de hoje vamos conhecer um pouco da tipologia do uso do cavalo na Idade Média. O cavalo sempre desempenhou um papel muito importante na história, especialmente durante a Idade Média, quando era usado para vários propósitos durante a vida cotidiana do homem e também durante as batalhas.

O cavalo era usado por cavaleiros em batalha e por camponeses para a realização de transportes durante as várias etapas da agricultura. Além disso, possuir um cavalo era um grande símbolo de estatus social.

Na Idade Média, os cavalos não eram distinguidos por raça, mas de acordo com o serviço prestado: destrieri, corseri, palafrém (em italiano, palafreni), ronzini e somiere. Não são raças, mas uma espécie de classificação dos cavalos na Idade Média.

O destriero

Cardeal Leopoldo criança a cavalo - Giusto Suttermans, 1624/1625 – Benešov, Castello di Konopištē
Cardeal Leopoldo dos Medici a cavalo – Giusto Suttermans, 1624/1625 – Benešov, Castelo de Konopištē

O destriero era o grande cavalo de guerra, cavalgava em ritmo lento. Era o que hoje chamamos de cavalo de raça, de bom aspecto, forte e muito provavelmente adestrado. Era um cavalo potente porque deveria transportar o cavaleiro e as suas armas. Na época medieval era o mais caro. Era chamado de destriero (de destra, direita em italiano) porque o escudeiro conduzia o cavalo com a direita.

O Corsero

O Corsero era ideal para a corrida, torneios e para grandes manobras. Era um cavalo leve, menos forte que o destriero e poderia ser utilizado em guerra para transportar os lanceiros e os arqueiros. Provavelmente eram cavalos da mesma raça do destriero, mas eram adestrados de forma diferente.

Menos potente que o destreiro e menos elegante e refinado que o palafrém, o cavalo corseiro é constitucionalmente um cavalo leve, com algumas características particulares: é dotado de mais sangue frio e, portanto, é mais adequado para ser treinado para as batalhas, pois não teme o clamor e o cheiro de sangue. Não é capaz de transportar cargas pesadas e, portanto, é usado principalmente pela cavalaria leve.

O Palafrém

Cavalgada dos Magos, Benezzo Gozzoli, Palazzo Medici Riccardi, Florença

Ao contrário dos outros, o Palafrém era o cavalo especializado no uso diário e em viagens. Era robusto, mas muito menor que as duas categorias anteriores. Eram capazes de fazer longas viagens com um peso moderado nas costas. Era rápido no trote, e era muito usado no esporte mais famoso da Idade Média, ou seja, a caça. Graças à sua agilidade e velocidade, permitia seguir uma presa como o javali.

O palafrém era um cavalo nobre e era ricamente decorado pelos cavaleiros, que os usavam para marchas comuns, antes da batalha. Também era usado em aparições públicas, por exemplo em desfiles após as vitórias. Era também utilizados pelas damas.

Ronzino e someire

Predela, Fuga no Egito, Gentile da Fabriano, Uffizi

O ronzino e o someire eram cavalos de transporte de qualquer coisa. Utilizados nas carroças e no trabalho do campo. O ronzino era um cavalo de menor valor, mestiço, pequeno e magro. Geralmente eram dados aos servos para o transporte das bagagens. O somiere era um cavalo lento e silencioso e por isso era muito utilizado para transporte de valores.

O cavalo de Dom Quixote, se chamava Roncinante, em homenagem ao cavalo ronzino.


Cristiane de Oliveira

Brasileira do Rio de Janeiro, vive em Florença ha 17 anos. Apaixonada por arte, historia e bons vinhos. Guia de turismo e sommelier na Toscana.

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