O que Michelangelo Buonarroti comia? Ele mesmo nos conta, através de um menu de 03 refeições, escrito e ilustrado pelo artista em 15 de março de 1518. O menu revela a curiosa realidade do seus gostos culinários e sua vida cotidiana como homem, e não como artista.
Sabemos que Michelangelo Buonarroti era um artista versátil, um gênio como poucos que conseguiu deixar sua marca não só na escultura e na pintura, mas também na poesia e na arquitetura. Graças as suas obras, foi possível deduzir muito da sua personalidade um pouco inquieta e do seu estilo de vida.
O que Michelangelo comia?
O que fazia parte da dieta de Michelangelo Buonarroti, um dos artistas mais famosos de todas as épocas? O gênio italiano alimentava-se de peixe, pão e muito vinho.
Preservada no arquivo da Casa Buonarroti em Florença, esse verdadeiro menu de 500 anos foi escrito pelo artista toscano para que pudesse ser lida pelo seu criado que faria as compras, ou quem sabe pelo cozinheiro que preparava as refeições, provavelmente analfabeto.
Alguns historiadores acreditam que as anotações eram destinadas ao escultor Pietro Urbano, colaborador de Michelangelo.
Michelangelo escreveu esses três menus quando escolhia os mármores em Pietrasanta, no verso de uma carta datada 18 de março de 1518 enviada por Bernardo Nicolini. Como era costume na época, era comum fazer anotações no verso das cartas recebida, para reaproveitar o papel o máximo possível.
Michelangelo primeiro escreveu o texto e, em seguida, ilustrou-o com vários desenhos, um memorando compreensível até mesmo por um servo analfabeto.
A lista de compras
É importante notar que os menus elecam alimentação para duas, quatro e seis pessoas. As anotações feitas por Michelangelo corresponde a um escrupuloso propósito de registrar a despesa e os eventos da vida cotidiana, oferecendo uma grande testemunha dos hábitos gastrônomicos do Mestre.
Mas o que um dos maiores artistas que viveu quinhentos anos atrás gostava de comer? Alguns alimentos ainda são bem conhecidos hoje, outros só podem ser pressupostos:
- Pani dua – dois pedaços de pão
- Un bocal di vino – ¼ (de garrafa, jarra) de vinho
- Um ariga – um arenque
- Tortegli – tortellini
- Um salama – um salame
- Quatro pani – quatro pedaços de pão
- Un bochal di Tondo – Um copo de vinho local, proveniente da Colle Tondo, próximo a Seravezza.
- Un quartuccio di bruschino – um quarto de Bruschino (talvez vinho?)
- Un piattello di spinaci – um pratinho de espinafre
- Quattro alici – Quatro anchovas
- Tortelli – tortellini
- Sei pani – seis pedaços de pão
- Due minestre di finocchio – duas sopas de funcho
- Un aringa – um arenque
- Un bochal di tondo
O menu parece ter sido dividido em três partes e, portanto, é possível que a mesma folha tenha sido utilizada várias vezes ou que tenha sido dividida de acordo com as refeições.
O menu começa com “Pani Dua” e inclui tortelli, arenque, espinafre, vinho, anchovas e sopa de funcho. A ausência de pratos à base de carne, com exceção do salame, é devida a Quaresma, pois em 1518 a Páscoa caiu em 4 de abril – Michelangelo escreveu a lista de compras provavelmente no dia 15 de março. Embora alguns historiadores acreditam que Michelangelo era vegetariano.
Embora hoje possa parecer um cardápio bastante comum, na época em que foi escrito, denotava um padrão de vida de uma pessoa rica, com recursos financeiros significativos em comparação com as pessoas comuns. Naquela época, Michelangelo estava em Florença, e acabara de ganhar a competição para construir a fachada da igreja de San Lorenzo, organizada pelo Papa Leão X (Giovanni di Lorenzo de ‘Medici, filho do “Magnífico”).
Acabamos de revelar um aspecto curioso da vida desse grande artista em um período em que as coisas, para ele, corriam muito bem.
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