Retornou essa semana a Florença, diretamente de São Francisco, Estados Unidos, onde esteve no último outono, entre os protagonistas de uma exposição dedicada ao Renascimento italiano, o autorretrato de Rafael. A famosa pintura, criada por Sanzio no início do século XVI, faz parte da coleção da Galleria degli Uffizi desde o século seguinte.

O autorretrato de Rafael chegou a Florença em 1631, graças a herança de Vittoria della Rovere juntamente com muitas outras obras-primas do mestre das Marcas: desde então, ele permaneceu na propriedade (e em exposição) dentro do complexo da Galleria degli Uffizi.

A obra, feita em óleo (47,5 x 33 cm), originalmente colocada no Uffizi, estará visível por alguns meses na suntuosa Sala de Saturno na Galleria Palatina no Palazzo Pitti. A sala já é verdadeiro museu dedicado a Rafael: 10 pinturas do mestre de Urbino já estão lá, incluindo a famosa Madonna della Seggiola, juntamente com pinturas do mentor de Rafael, o Perugino, além de trabalhos de outros grandes artistas como Andrea Del Sarto, Annibale Carracci e Justus Sustermans.

O autorretrato de Rafael Sanzio permanecerá na Galleria Palatina por alguns meses, provavelmente até a primavera, até que as salas dedicadas à vasta coleção de autorretratos estarão prontas no Uffizi. A coleção de autorretratos é fruto de uma feliz intuição do Cardeal Leopoldo de ‘Medici (1617-1675), que reune obras de mestres como Antoon Van Dyck, Diego Velasquez, Pieter Paul Rubens, Annibale Carracci, Antonio Canova, Francesco Hayez, Gian Lorenzo Bernini , Sofonisba Anguissola, Rosalba Carreira, Joshua Reynolds, Eugène Delacroix, Jacques-Louis David.

O autorretrato de Rafael Sanzio

As informações que temos sobre a passagem do autorretrato de Rafael entre os vários proprietários são bastante dispersas. A obra é mencionada na coleção do Cardeal Leopoldo de ‘Medici em Roma, depois na Academia de São Lucas. Seguindo outra linha de informação, no entanto, a obra fazia parte do legado de Vittoria della Rovere, que era a esposa de Ferdinando II de ‘Medici e última herdeira dos Della Rovere de Urbino.

Em ambos os casos, o trabalho é mencionado novamente no Palazzo Pitti em 1652 e, finalmente, dentro da coleção de autorretratos do Cardeal Leopoldo, até chegar definitivamente a coleção da Galleria degli Uffizi.

Análise da obra

Depois de muitos anos, a identidade de Rafael foi aceita (mesmo que não completamente), graças às verificações cruzadas que foram realizadas em toda a produção de Rafael Sanzio e que permitiram descobrir rostos masculinos com características semelhantes tanto dentro da “Escola de Atenas” como no afresco “Cacciata di Eliodoro dal tempio”.

Diferentemente da tradição, o autorretrato de Rafael é representado girado em três quartos, enquanto o olhar fixa diretamente o espectador, dando a sensação de que ele está se voltando para falar com alguém.

Rafael está vestido completamente com cores escuras e isso permite a delineação perfeita do seu contorno e também dá mais brilho e destaque à sua pele. Em um nível estético, Rafael usa cabelos longos e tem um rosto oval e jovem, sem imperfeições.

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Cristiane de Oliveira

Brasileira do Rio de Janeiro, vive em Florença ha 17 anos. Apaixonada por arte, historia e bons vinhos. Guia de turismo e sommelier na Toscana.

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