Hoje, 13 de novembro recordamos a morte de um dos grandes compositores de música lírica da Itália. Nós do Guia de Florença, deixamos um pequena homenagem com essa breve biografia de Gioacchino Rossini.
Breve biografia de Gioacchino Rossini
Gioacchino Rossini nasceu em Pesaro, Itália no dia 29 de fevereiro de 1792, três meses depois da morte de Mozart. Manifestou precocemente um grande talento e teve um grande sucesso como músico compondo a sua primeira ópera com apenas 14 anos de idade.
Sua família era de origem simples: seu pai Giuseppe – conhecido como Vivazza (1764-1839) – foi um fervoroso defensor da Revolução Francesa, era originário de Lugo (Ravena) e de profissão tocava trompeta na banda da cidade e nas orquestras locais que apoiavam as tropas francesas durante a ocupação. Sua mãe, Anna Guidarini (1771-1827), nasceu em Urbino e era uma cantora de habilidade razoável. Por causa das idéias políticas de seu pai, a família Rossini foi forçada a diversas transferências, pulando de uma cidade para outra entre Emília e a Romagna.
Assim, o jovem Rossini passou sua juventude na casa de sua avó ou viajando entre Ravenna, Ferrara e Bolonha, onde seu pai foi abrigado na tentativa de escapar da captura após a restauração do governo pontifício.
Desde 1802, a família viveu alguns anos em Lugo, cidade natal do seu pai; ali Gioachino aprende os primeiros passos da teoria musical na escola dos irmãos Malerbi. Mais tarde, a família mudou-se para Bolonha. E é precisamente na cidade de Bolonha que Rossini inicia o estudo do canto, do piano e da espineta no mestre Giuseppe Prinetti.
Em 1806, aos quatorze anos, matriculou-se na Escola de Música de Bolonha. Estudou intensamente composição, apaixonando-se pelas páginas de Haydn e Mozart (foi nesse período que ganhou o apelido de Tedeschino). Rossini mostrou também grande admiração pelas obras de Cimarosa e escreveu seu primeiro trabalho Demetrio e Polibio, que será representado apenas em 1812.
Ele conheceu Isabella Colbran, uma cantora de ópera, com quem se casou em Castenaso em 16 de março de 1822 e da qual se separou por volta do ano de 1830.
As principais obras
Nos vinte anos seguintes, Rossini compôs cerca de quarenta obras, chegando ao ponto de apresentar ao público 4 ou 5 no mesmo ano. Com pouco mais de 20 anos, foi um grande protagonista de uma verdadeira revolução do melodrama com as obras Demetrio e Polibio, L’ingano felice (1812), L’italiana in Algeri (1833), Il Barbieri di Siviglia (1816) que foi vaiado em Roma; Otello ossia il Moro di Venezia (1816), La Gazza Ladra (1817), Mosé in Egitto (1818), Ivanhoè (1825), entre outras.
Semirade (1823) foi a última ópera composta na Itália – após a sua apresentação o compositor de transferiu para Paris. Il viaggio a Reims (1825) foi a primeira obra feita na capital francesa em homenagem ao rei Carlos X.
Entre Florença e Paris
Espírito romântico, rico e um homem de muito sucesso, com 40 anos decide de mudar de vida. De Bologna, quando com 15 anos de idade entrou no Liceo Musicale e na Accademia Filarmonica, decidiu de transferir-se para Florença e a partir de 1855 foi para Paris.
Os anos vividos em Florença foram serenos. Existe uma placa na Via Cavour no. 13 e uma outra no edíficio anexo a Villa Stibbert em Montughi que recordam a permanência de Rossini na cidade. Entre Rossini e Florença nasceu uma relação de grande simpatia, que tributará grande sucesso as suas obras.
O fim da carreira musical
A sua produção musical foi concentrada nos primeiros 37 anos da sua vida, quando interrompeu suas atividades após a apresentação de Guglielmo Tell (Parisà, 03 de agosto de 1829). Ele continuo a compor para si, para a sua segunda esposa Olympe Pélissier, para os caros amigos. Rossini também começou a evitar os momentos de vida mundana, que antes era um grande admirador e frequentador. Com abandono do teatro e da ópera Rossini inicia um período de crise pessoal e criativa.
Rossini, um homem de muitas facetas, foi descrito por muitos biógrafos de várias maneiras: hipocondríaco, de bom humor, mas ao mesmo tempo colérico; vítima de crises depressivas profundas, mas também jovial, bon vivant, amante de boa comida e belas mulheres. Ele costumava ser atormentado pela preguiça, mas sua produção musical foi incomparável. Em 15 de março de 1847, Rossini obteve o título de nobre da República de San Marino.
A morte e o monumento fúnebre
Rossini morreu depois de lutar por muito tempo contra o câncer em sua casa em Passy, perto de Paris, em 13 de novembro de 1868. Os franceses – mas não apenas eles – estavam se preparando para comemorar seu aniversário de setenta e sete anos. Seus restos mortais foram enterrados no cemitério parisiense de Père Lachaise, e depois foram transferidos para a Itália em 1887, nove anos após a morte de Pélissier, por iniciativa do governo italiano.
A translação do corpo de Rossini para Santa Croce foi acompanhado de um grande cortejo e foi feita no dia 03 de maio de 1887. Foi um momento de excepcional homenagem ao grande Mestre, onde participaram da celebração mais de 500 músicos que cantaram a Preghiera del Mosé.
O monumento fúnebre de Rossini, obra do escultor Giuseppe Cassoli, na Basílica de Santa Croce foi inaugurado somente no mês de abril de 1902. No monumento é composto de uma mulher que simboliza a Itália dolorida com a morte do mestre, além do retrato de Rossini em alto. Em baixo vemos 03 escudos com os nomes das três cidades: Pesaro, a cidade natal; Paris, onde a metade da sua vida; e Florença, onde foi sepultado.
Todos os anos, em procissão, os prefeitos de Florença e Pesaro, prestam homenagem ao grande mestre Rossini, deixando flores no seu túmulo em Santa Croce, o Templo das Glórias Italianas.
2 comentários
Sergio Paulo Petta · dezembro 12, 2024 às 1:35 pm
Posso usar a foto do monumento fúnebre de Rossini em um livro?
Cristiane de Oliveira · dezembro 18, 2024 às 12:35 pm
Oi Sérgio! Para utilizar imagens da Basilica em livros, te aconselho solicitar autorização a Opera de Santa Croce, provavelmente pagando os devidos direitos de imagens. Entre em contato com eles através do e-mail: comunicazione@santacroceopera.it