O artigo de hoje é dedicado a Cosimo I dos Medici. Vamos contar um pouco da vida de Cosimo antes de ser coroado duque, e depois de um governo repleto de vitórias, grão-duque da Toscana. Sabemos que Cosimo foi um grande homem, mecenas e que mudou a imagem de Florença e da Toscana. Grande político, grande estrategista e homem de muitas virtudes. Quem era Cosimino? Como foi sua vida antes de chegar ao poder? Como Cosimo I dos Medici se transformou no homem mais importante da Toscana?
O filho de Giovanni e Maria Salviati
Há 500 anos, nascia Cosimo di Giovanni de’Medici. Nos primeiros 17 anos da sua vida, Cosimo tinha consciência de não ser destinado a ser o soberano de Florença. A adolescência foi marcada por crises familiares, mudanças forçadas, graves crises financeiras e períodos de longo isolamento. Apesar de tudo isso, Cosimo recebeu uma formação sui generis o que lhe permitiu estar preparado quando em 09 de janeiro de 1537 foi chamado inesperadamente para guiar o Estado Florentino.
Filho único do condottiero (chefe militar) Giovanni de’Medici, conhecido como “Dalle Bande Nere” e de Maria Salviati, Cosimo nasceu no Palazzo Salviati na noite de 12 de junho de 1519. O seu nascimento reuniu os dois ramos da dinastia medicea: o principal, de Cosimo o Velho, e aquelo Popolano, chamado também de cadetto.
Os seus avós paternos foram Giovanni di Pierfrancesco, chamado de Popolano e Caterina Sforza, filha ilegítima do duque de Milão Galeazzo Maria Sforza, Senhora de Imola e Forlì. Os avós maternos foram o banqueiro Jacopo Salviati e Lucrezia de’ Medici, neta de Lorenzo o Magnifico, grande mecenas do Renascimento. O nome Cosimo lhe foi dado pelo seu padrinho, o Papa Leão X, em homenagem ao seu tataravô, Cosimo Il Vecchio, conhecido com Pater Patriae (Pai da Pátria).
A infância de Cosimo I dos Medici
Os anos da infância de Cosimo não foram fáceis, principalmente pela constante ausência do pai Giovanni dalle Bande Nere, que era sempre a serviço do Papa Leão X em Roma ou em compromissos militares no norte da Itália. Sabemos que em 1524, Maria Salviati foi até Roma com o menino Cosimo, com a desculpa de apresentá-lo a Clemente VII, o segundo Papa da família Medici. A intenção de Maria era de solicitar ao Papa Medici uma ajuda econômica, mas sabemos que ela retornou a Florença com as mãos vazias. Cosimo sempre foi considerado como figura de segundo plano, no cenário mediceo dos anos vinte e trinta de 1.500. O Papa Clemente VII, favorecia sempre os seus descendentes diretos (do ramo principal): O Cardeal Ippolitto, filho de Giuliano di Neomours morto em 1535, Alessandro e Catarina, filhos de Lorenzo Duque de Urbino, respectivamente duque de Florença e rainha da França.
As precárias condições econômicas da família de Cosimo pioraram muito com a morte do pai Giovanni que aconteceu em Mantova entre os dias 29 e 30 de novembro de 1525. Giovanni morreu após uma cangrena, devido as feridas adquiridas em batalhas. A crise econômica não consentiu que Maria Salviati contratasse um educador de prestígio para filho Cosimo. A escolha, quase que obrigada, recaiu sobre o padre Pier Francesco Riccio, que teve uma influência fundalmental na educação de Cosimino. Riccio ensinou a Cosimo as primeiras bases da gramática latina, além de incentivar a prosa com as leituras dos livros de Petrarca.
Longe de Florença
Com a morte de Giovanni e com a chegada das tropas imperiais em Florença, Riccio, juntamente com Cosimo e os primos Lorenzino e Alessandro se refugiaram em Veneza por cerca nove meses. Durante a estadia em Veneza, Riccio, incluiu no programa educacional didática e lazer: visitas culturais nos monumentos venezianos e nas cidades vizinhas.
Em 1529, com assédio de Florença, Cosimo foi obrigado a deixar a sua cidade pela segunda vez. Maria Salviati e Riccio conseguiram transformar esse momento de crise em uma experiência única. Em Bologna, Cosimo teve a oportunidade de ver as tropas imperiais entrarem na cidade e a coroação de Carlos V como Imperador do Sacro Romano Império pelas mãos do Papa Clemente VII (24.02.1530).
As viagens com o duque Alessandro
A primeira metade dos anos trinta (de 1500) foi relativamente tranquila para Cosimo. Maria Salviati começou a tratar acordos matrimoniais para o filho, inicialmente com a sobrinha do Cardeal Cybo e depois com a filha de Francesco Guiciardini. As duas tentativas de acordos receberam respostas negativas. O menino Cosimo alterava períodos na Villa del Trebbio no Mugello, com as atividades de pagem do duque Alessandro em Florença.
Em 1532, o menino Cosimo acompanhou o duque Alessandro de’Medici em Bolonha, onde Carlo V e Clemente VII fizeram um novo concílio. Com apenas 13 anos, Cosimo se mostrou muito a vontade no meio dos embaixadores. Após o concílio, seguiu Carlos V e Alessandro até Genova e passando por Mantova, visitou o túmulo do seu pai Giovanni.
No final de 1535, juntamente com o duque Alessandro de’Medici, Cosimo foi até Nápoles ao encontro do Imperador Carlos V. Já adulto, teve a oportunidade de visitar a cidade e frequentar as festas de Pedro de Toledo, vice-rei de Nápoles. Provavelmente em uma dessas festas, Cosimo viu Eleonora de Toledo, filha de Pedro, aquela que anos mais tarde será a sua amada esposa.
A morte do duque Alessandro
Logo após a festa de reis do ano de 1537, durante um passeio de caça com seu tio Piero Salviati, Cosimo recebeu uma dramática notícia que chegava de Florença. Os três dias seguintes marcaram a transformação de Cosimo: de simples cidadão florentino à Senhor de Florença.
Tudo aconteceu com o assasinato do duque Alessandro, por parte de Lorenzino, um outro Medici, entre a noite de seis e sete de janeiro de 1537. Tal evento causou uma série de consultas e maquinações para escolher o sucessor de Alessandro. Existiam duas partes: uma facção composta por cidadãos florentinos e os emissários do imperador Carlos V, liderada pelo Cardeal Cybo. O Cardeal indicou imediatamente como sucessor o filho ilegítimo do duque Alessandro, que era menor de idade. Dessa forma, o Cardeal Cybo, seria o tutor e governaria a cidade até o menino completar maior idade. De outro lado, a facção floretina guiada por Francesco Guiciardini, Francesco Vettori, Matteo Strozzi e Roberto Acciaiuoli, tentataram naufragar o plano do Cardeal, encontrando uma alternativa: o ramo cadetto da família Medici.
Cosimo I, chefe do Estado Florentino
Maria Salviati foi convocada imediatamente em Florença juntamente com o filho Cosimo. Assim, a facção florentina, conseguiu quase por unanimidade o consentimento do Senato dei Quarantotto. Finalmente, no dia 09 de janeiro de 1537, Cosimo foi declarado chefe do governo da cidade de Florença, com um salário anual de 12.000 scudi. A investidura ducal só foi feita pelo imperador Carlo V no mês de setembro do mesmo ano.
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2 comentários
MARIA DAS DORES GHISI · junho 12, 2019 às 7:08 pm
Artigo fantástico.
admin · junho 12, 2019 às 7:25 pm
Grazie mille pela participação. Em breve publicaremos um novo artigo sobre a consolidação do poder de Cosimo em Florença e na Toscana.